Bexiga de Ovelha

Six men getting Sick Six times

Sunday, May 22, 2005

voltei, voltei. voltei de lá.

nada o faria prever desde a última vez em que vos escrevi, caros amigos, companheiros de andanças, lutadores e lutadoras neste mundo injusto. mas voltei. sim, lembro-me que tinha deixado essa hipótese em aberto. fi-lo apenas por amor e dedicação a todos aqueles para quem os meues textos são um raio de luz sobre uma existência soturna, para todos aqueles que sonham com o regresso de bobó ao futebol português e com a candidatura de vale e azevedo à presidência da república.
sei quem vocês são, caros amigos, colegas, resistentes. sei como se sentem quando ouvem os primeiros acordes da "bela portuguesa" e choram uma só lágrima que se aloja no bigode, ainda tímido é verdade, mas já com restos de torresmos e vinho tinto.
voltei porque tinha de voltar. fi-lo convicto que por esse mundo fora crianças choravam a minha partida agarradas aos peluches do eusébio, jovens cheios de esperança de súbito afundados na heroína, no alcoól, no festival da canção. todos eles sentiam um vazio que só as minhas crónicas podem preencher. podem-lhe chamar pretensiosismo...eu chamo-lhe desígnio divino.
cresci muito nestes dias. estive por esse mundo fora, olhando as terras, sentindo os cheiros, contactando as pessoas, abraçando os homens rudes, partilhando os suores. estive no clube de tiro do uzbequistão, com os caçadores de bisontes da birmânia. joguei muitas horas de lerpa em moscavide, amei mil mulheres, como só um homem livre sabe fazer.
espalhei a boa nova: vilarinho já não tem bigode! chalana irá substituir jerónimo de sousa! miguel portas é um holograma! esqueci-me de tomar a medicação hoje!
emociono-me ao escrever estas palavras pois estes dias foram passados ao relento, sem o conforto de uma casa, singela decerto, mas bem portuguesa, e sem o amor da minha mãezinha, coitadinha. mas nem por um só momento vacilei, pois é em nome de todos vós que eu prossigo a minha infindável luta contra o lobby maoísta no seio do partido monárquico tailandês e contra todas as opressões por esse mundo fora, contra tudo, pela libertação total e imediata de tudo.
sonho. sonho muito. com um mundo onde petizes saíssem da escola e pudessem comer a sua merenda ao sol, amando o presente e não receando o amanhã. onde se partilhassem raiders, como quem partilha um pouco de si. onde cada um amasse o próximo até doer.
talvez um dia meus caros, possamos abrir a janela e ouvir os pássaros lá bem longe, cantando dulce pontes e por um só momento vislumbrar brigitte bardot, bertolt brecht e baptista bastos cantando a internacional de punho erguido, com a face ao vento e olhar no futuro.


até lá um grande xi coração

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